Estudos sugerem que, quando
mulheres são expostas a esse tipo de anúncio em grande quantidade, podem
interiorizar o valor que é atribuído à sua aparência, e isso pode levá-las a
sentir-se insatisfeitas com seus próprios corpos, conduzindo à baixa autoestima,
transtornos alimentares e depressão. Mas, e os homens? Será que também eles são
afetados por esses retratos redutores das mulheres?
Em um novo estudo, pesquisadores
do The College of Saint Rose e da University of South Florida estudaram a
relação complexa entre comerciais que objetificam sexualmente o corpo da mulher
e o efeito que eles exercem tanto sobre as mulheres quanto sobre os homens
diariamente bombardeados com eles.
A pesquisa
Os pesquisadores reuniram 437
homens e mulheres de 18 a 25 anos para observar suas reações a comerciais em um
laboratório (mas o que foi dito aos participantes era que iam apenas examinar
“a eficácia de diversos tipos de anúncios”).
Primeiro os participantes tiveram
que relatar quantas horas por semana passavam assistindo à televisão, navegando
na Internet, nas redes sociais, lendo jornais ou revistas, vendo pornografia ou
jogando videogames.
Depois tiveram que anotar em que
grau concordavam com afirmações como “eu queria que meu corpo se parecesse com
o de modelos que aparecem em revistas”, para avaliar até que ponto
interiorizavam os ideais culturais de aparência, e fazer uma tarefa de
associação de palavras para medir seu grau de insatisfação com seu próprio
corpo.
Depois disso os participantes
foram divididos aleatoriamente em dois grupos. Um deles veria seis anúncios que
objetificavam sexualmente a mulher e outro veria seis anúncios que não o faziam
(segundo testes feitos previamente pelos pesquisadores).
Em seguida os pesquisadores
pediram a todos os participantes que respondessem a algumas perguntas sobre as
mulheres nos anúncios e então voltassem a anotar seu grau de satisfação com seu
próprio corpo.
As descobertas
Os pesquisadores descobriram que
os homens e as mulheres que interiorizavam os ideais culturais de aparência
apresentaram grau mais alto de insatisfação corporal depois de assistir a
comerciais que convertiam mulheres em objetos sexuais. O efeito era maior para
as mulheres, mas também se aplicava aos homens. Essa tendência não foi
constatada entre o grupo que assistiu aos comerciais neutros.
De acordo com os pesquisadores,
“pode ser difícil generalizar essas descobertas para além da população adulta
jovem”, porque a pesquisa foi feita apenas com participantes na faixa dos 18
aos 25 anos. E a pesquisa refletiu apenas uma queda de curto prazo no grau de
satisfação com o próprio corpo; logo, são necessários mais estudos para ver por
quanto tempo duram os efeitos nocivos.
Conclusão
As descobertas sugerem que,
quando as pessoas falam da objetificação sexual nas mídias, é importante levar
em conta que comerciais sexualizados podem prejudicar não apenas às mulheres,
mas também aos homens.
O reconhecimento de que a
autoestima dos homens pode ser afetada por imagens degradantes de mulheres pode
ajudar a fazer a discussão avançar e pode levar a avanços (por exemplo, menos
anúncios que minimizam a gravidade do estupro ou da violência doméstica ou que
reduzem a mulher a um par de seios ou a retratam sem roupa de modo gratuito).
Sem falar que os homens cuja
imagem corporal é negativamente afetada por esses anúncios poderiam buscar
ajuda se precisassem disso.
Em última análise, todos são
prejudicados quando as mulheres são reduzidas a objetos sexuais.
Fonte: Brasil Post
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