O machismo é a raiz dos
principais crimes cometidos contra a população feminina; e os homens também
podem ser protagonistas dessa luta. Apesar do erro da pesquisa do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o debate a respeito do tema deve ser um
caminho sem volta. E os protestos não podem parar.
A sociedade brasileira é
machista. Apesar da imagem da mulher moderna, bem-sucedida, independente, que
trabalha e ganha seu próprio dinheiro, ainda se espera que ela volte para casa,
cuide dos filhos, alimente o marido e limpe a casa, sem reclamar. Ela pode ser
tudo e deve ser muito mais, mas não pode usar a roupa que quer ou andar sozinha
à noite.
Apesar de o índice de estupros
ter diminuído em 6,7% no primeiro trimestre de 2014 com relação ao mesmo
período de 2013, entre janeiro e fevereiro deste ano, foi registrada uma média
de dois estupros por dia no Distrito Federal, de acordo com dados da Secretaria
de Segurança Pública do DF. Na maioria dos casos, existe relação entre vítima e
agressor. Em casa, ela também não está segura. No comparativo entre os anos de
2012 e 2013, o número de denúncias enquadradas na Lei Maria da Penha, só no
Distrito Federal, subiu 12,1%. Foram 14.731 casos de mulheres que tiveram que
acionar a polícia para fugir da violência dentro de casa, em sua maioria
praticada por homens em quem confiam e amam. Sem falar nos casos que não chegam
ao conhecimento das autoridades — e eles não são poucos.
No cerne de todos esses crimes,
está o machismo, que perpetua estereótipos que findam em violência física e, em
muitos casos, na morte. Os movimentos feministas vivem em constante campanha
contra essas práticas e, apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito.
Inclusive — e sobretudo — pelos homens. A Revista procurou alguns em Brasília,
que de pronto aceitaram ser protagonistas dessa batalha num momento em que o
país parou para discutir o assunto — parte deles já integra essa luta. Até
porque, ao ler as opiniões desta reportagem, fica latente o quanto o machismo
também os prejudica. Apesar do erro da pesquisa do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), o debate a respeito do tema deve ser um caminho sem
volta. E os protestos não podem parar.
A polêmica
Em 27 de março, o órgão divulgou
uma pesquisa alarmante, segundo a qual 65% dos brasileiros concordam
inteiramente ou parcialmente que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo
merecem ser atacadas”. Em 4 de abril, o Ipea retificou o resultado. Na verdade,
os dados foram trocados e a porcentagem correta é de 26%. Por conta do erro, o
diretor de Estudos e Políticas Sociais do instituto pediu exoneração.
Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2014/04/16/noticia_saudeplena,148296/contra-o-machismo-homens-assumem-bandeira-que-nao-e-so-das-mulheres.shtml
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